A PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat) e uma norma que tem como objetivo controlar os sistemas de gestão de qualidade no setor da construção. Está baseada na norma ISO:9001 2008 e é por isso que ambos os perfis são similares.
O processo de auditorias em PBQP-H pode-se resumir em:
- Pré-auditoria
- Auditoria Fase 1
- Auditoria Fase 2
- Auditoria de monitorização (só em Nível A)
- Auditoria de recertificação
Primeiramente, deve-se realizar uma pré-auditoria afim de ser evitado um hipotético insucesso no processo de certificação dada a possível existência de problemas não resolvidos. É importante assinalar que, embora esta etapa não seja obrigatória, é de facto recomendável levá-la a cabo. Não se deve confundir a etapa de pré-auditoria com as auditorias internas que a empresa terá que realizar. A empresa submeter-se-á a uma pré-auditoria quando cumprir, no mínimo, um ciclo completo de auditorias internas, seguido de uma análise crítica por parte da alta direção (demonstrando assim a sua implicação no projeto). Além disso, a empresa deverá analisar todos os possíveis problemas surgidos, as não-conformidades, as ações corretivas, as oportunidades de melhora… Tudo deverá ficar refletido num informe final.
A etapa de pré-auditoria terá uma duração determinada dependendo do tipo de obra e do tipo de projeto que a empresa construtora levar a cabo; de qualquer modo, a empresa poderá requerer uma extensão do período de pré-auditoria, no caso de o considerar necessário.
O facto de ter-se submetido a uma pré-auditoria não dispensa a obrigatoriedade da empresa se sujeitar às auditorias habituais e, evidentemente, a empresa não poderá reclamar a sua certificação no caso de superar a pré-auditoria sem não-conformidades, porque justamente, como o seu próprio nome indica, uma pré-auditoria é exatamente isso, prévia.
Da mesma forma que em qualquer norma relativa aos sistemas de gestão, todas vão ter que obedecer à norma ISO:17021, com uma auditoria faseada em duas etapas.
A Fase 1 é uma preparação da Fase 2, onde a auditoria se realiza por processos. O(a) auditor(a) vai anotar a documentação que a empresa possui e vai se assegurar do grau de compreensão do sistema de gestão por parte dos empregados. Nela serão também avaliados os assuntos legais, os objetivos do sistema de gestão, o grau de correção em que as auditorias internas estão-se a fazer. É ainda o momento em que também se desenha o que vai ser a Fase 2.
O intervalo entre ambas as fases ficará determinado pela própria empresa, que avaliará o tempo necessário para se submeter à Fase 2, para corrigir erros e determinar ações preventivas e corretivas… Se o intervalo determinado pela empresa for demasiado curto, possivelmente as observações detetadas na Fase 1 vão se transformar em não-conformidades na Fase 2.
Após as auditorias de Fase 1 e 2, o(a) auditor(a) comunicará as suas impressões sobre o sistema de gestão de qualidade da empresa e, nessa altura, há que encarar três possíveis resultados:
- A equipe auditora recomenda a certificaçãoàNão há não-conformidades ou estas não são assinaláveis.
- A equipe aconselha um seguimento do sistema de gestão da empresaàA empresa deverá resolver os problemas e depois tornar-se-á necessária uma nova auditoria.
- A equipe não recomenda a certificação.
PBQP-H outorga certificados de três níveis, segundo a complexidade do sistema de gestão, sendo o nível C o mais simples e A o mais complexo.
Os certificados apenas são outorgados quando a empresa tiver superado com sucesso a Fase 2 de auditoria. Os certificados dos níveis B e C têm uma validade de um ano e os do nível A, de 3 anos. Contudo, a empresa certificada no nível A sujeitar-se-á a uma auditoria de monitorização anual e, quando o período de vigência da certificação acabar (passados um ou três anos), a empresa terá de requerer e submeter-se a uma auditoria de recertificação, se quiser continuar conservando a sua certificação.
